Fresquinhas, acabas de sair do forno.
Mas só quem é do Porto, entende porque ficamos parvos com alguns detalhes.
Se tiverem alma lusa, sem bairrismo orgulham-se connosco.
Não se pretende ter arte, apenas a visão da candura desta cidade que troca os vs pelos bs e adora.
Acreditem que nós Portuenses, amamos esse detalhe e temos de verdade vaidade nas senhoras da Ribeira e do Bolhão.
Rimos com a lata delas, é como se fossem a nossa prima afastada que diverte aquele família que vem de longe naquele sábado.
Gostamos de encher o prato, abrir o vinho do garrafão e partir o pão de ló com a mão.
Enchemos o prato de azeite, e molhamos a regueifa.
Somos se quiserem um pouco Nápoles e Sicília portuguesa. Falamos alto, rimos alto, e dizemos asneiras a torto e a direito, para provocar, mas também porque não nos choca, é natural entre nós.
Não entendemos porque ficam chateados e até queremos que as dissessem connosco, para verem quanto é cómico e não chega a brigada para nós encarcerar.
É aquele toque de irreverência.
Se quiserem eu chamaria o meu Porto o que o meu pai me chamava e a minha mãe desde pequenina de Insurrecta.
Desenganem-se, se achavam que eu não as dizia, saem-me junto dos meus, como quem come tremoços.
O Porto é Insurrecto, mas querem mesmo saber a verdade? Se nos disserem olá ou tem lá calma, ou elogiarem a cidade, estendemos logo a toalha da mesa e tratamos quem nos ama de forma a nunca mais esquecerem.
O que é do Porto não fica no Porto. O que é do Porto é para espalhar.
Venham daí visitar esta linda cidade que tanto merece que a amem, para tirarmos em conjunto a capa de ferro dessa ponte que por baixo tem um manto de amor e águas Doiro.
Despeço-me com carinho e com
- e quêêêê nuuum posso?
Anabela Pinto
La Portuguese